Fantasmas internos são aqueles tipos de pensamentos que não conseguimos controlar e se referem a algum conteúdo que vivenciamos no passado ou ainda a alguma preocupação futura.
Quando aparecem de forma constante na nossa mente, a tendência é de não conseguirmos controlá-los, o que acaba dominando toda a nossa percepção das coisas e gerando uma angústia grande.
Como lidar então quando eles resolvem nos assombrar?
Os fantasmas internos na nossa mente
Esses pensamentos que surgem na nossa mente podem ser derivados de muitas situações: uma lembrança ruim de algo que aconteceu, um arrependimento, algo que nos disseram ou ainda uma crença limitante que construímos sobre nós mesmos.
De qualquer forma, é um pensamento que nos faz mal. Tem a capacidade de nos deixar tristes ou deprimidos, aumenta o sentimento de culpa, abala a nossa autoconfiança de que conseguiremos o êxito que almejamos e ainda nos incapacita de aproveitar o presente e construir o futuro.
Esse tipo de pensamento é chamado também de ruminação mental. A ideia é associada ao comportamento de uma vaca, que ao se alimentar, engole o alimento, depois o alimento volta para a boca, para que ela mastigue mais algumas vezes. Os pensamentos negativos em nossa mente podem passar por um processo parecido.
A explicação para a dificuldade em ter esse controle é que é realmente muito difícil alguém conseguir impedir o próprio pensamento sobre algo. Por exemplo, se for pedido a você que não pense de jeito nenhum em um urso rosa dançando ballet, você automaticamente monta a imagem do urso na sua cabeça. Isso aconteceu, não foi?
Então, os pensamentos surgem. A pessoa sente todas as sensações, boas ou ruins, que eles trazem. Logo depois pensa: “não posso ficar pensando nisso”. Porém, como você percebeu com o urso rosa, isso não surte muito efeito.
Isso ainda tende a virar um ciclo vicioso: quanto mais os pensamentos surgem, mais a pessoa se sente mal; quanto mais ela se sente mal, mais ela tenta não pensar no assunto. Quanto mais ela tenta não pensar nele, mais forte se torna o pensamento. Parece até enlouquecedor, não é?
A tendência é que esses fantasmas apareçam mais para pessoas que possuam maior propensão a desenvolver depressão, pois elas costumam enxergar mais o lado negativo da situação.
Entre esses tipos de fantasmas, existem ainda aqueles que são como os medos.
O que também pode chegar a nos impedir de tomar qualquer atitude. Os medos ficam ruminando em nossas mentes, nos alertando de todos os perigos que podem acontecer, e que muitas vezes nem existem, pois são apenas criações de nossa insegurança.
Nesse caso, essa situação pode estar associada a uma pessoa que sente ansiedade demais e por isso ela tem uma preocupação grande com um acontecimento futuro.
Ou ainda pode ser um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo, pois os pensamentos são como comportamentos obsessivos que não controlamos.
O que fazer então com os fantasmas da nossa mente?
O melhor a ser feito é aprender a conviver com eles. Afinal, você já sabe que se tentar expulsá-los de uma vez, eles insistirão em ficar, não é? Assim, você sabendo que eles voltarão a lhe visitar a qualquer momento, não se surpreenderá quando de fato aparecerem.
Em vez de tentar focar em como exorcizar esses pensamentos, foque em atitudes que lhe façam se sentir bem. As ideias são muitas, mas veja algumas:
- faça uma atividade física que gaste energia e da qual você goste. Pode ser caminhada, corrida, ciclismo, natação, aula de dança;
- faça atividades relaxantes, como yoga, ou ainda, tente praticar o mindfulness;
- pratique o autoconhecimento para conseguir distinguir quando está começando a se sentir triste e o que causou o sentimento, e também para saber as coisas agradáveis que você poderá fazer quando a tristeza aparecer;
- não se coloque como vítima das situações. Você não pode mudar alguma dor do passado ou ainda uma crítica de alguém sobre você. Mas você pode mudar como você se sente em relação a isso;
- cuide da sua autoestima. Ela é importante para que você consiga se engajar naquilo que lhe faz bem;
- escreva em um papel todas as razões pelas quais aquilo que você teme não acontecerá. Isso fará você perceber o lado mais racional da situação;
- escreva também as razões pelas quais você ficaria bem caso o pior de tudo acontecesse. Isso fará você perceber que mesmo que aconteça, ainda não será o fim do mundo;
- escreva uma (ou mais de uma) solução para cada problema que sua mente criou. Ao perceber que tudo não é um bicho de 7 cabeças, sua mente para de temer pelo pior e lhe livra desses pensamentos indesejados;
- viva o presente. Preste atenção no que está acontecendo agora. Uma pessoa presa ao passado ou ainda uma que fica ruminando algo que deveria ter acontecido, se esquece também de viver o presente e prestar atenção nas alegrias que ele tem a oferecer;
- tente se perdoar se esse pensamento for devido a um arrependimento seu. Ficar se culpando não mudará o que aconteceu;
- caso seja alguém que tenha lhe magoado, tente perdoar a pessoa, mesmo que você não converse com ela. Saiba que nós todos estamos suscetíveis a cometer erros e magoar os outros. Ninguém é perfeito;
- aprenda com seus erros e também com os erros dos outros. Toda situação ruim nos ensina uma lição;
- busque identificar se esses pensamentos chegam a ser crenças limitantes que estão influenciando também em você conseguir alcançar algum objetivo;
- procure ajuda profissional se precisar ou se sentir que não dá conta de resolver essa insatisfação sozinho. Sua saúde mental é essencial para seu bem-estar.
Os ciclos precisam ser fechados. Nossas dores, mágoas, arrependimentos, preocupações e medos necessitam ser elaborados para que consigamos viver desfrutando de uma boa saúde mental.
Não deixe que a vida passe e que você deixe de curti-la por causa de pensamentos negativos que lhe impedem de seguir em frente. Saiba conviver com os seus fantasmas, aceite que eles farão parte da sua vida algumas vezes. E tente seguir as dicas dadas para você.
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Sobre o autor: Maricléia dos Santos Roman
Maricléia dos Santos Roman, Psicóloga graduada pela UPF/RS, Especialista em Saúde da Família, Juridica pela Unochapecó/ SC, Palestrante, Coach formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching- IBC, como Professional and Self Coaching, certificada nacionalmente pelo IBC e internacionalmente pelo European Coaching Association, Meta fórum internacional Global Coaching Comunity e Internacional of Coaching, analista Comportamental Certificada pelo IBC, Practitioner e Master em PNL pelo Instituto Sabbi/RS.
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