Somatização são sintomas físicos que possuem causas emocionais.
Muitas pessoas sofrem de vários tipos de doenças de fundo emocional e não sabem que a grande causa delas está na emoção que não é cuidada.
Esses sintomas podem ser de vários tipos, como dores de cabeça, resfriados constantes, dores no estômago, ou mesmo doenças na pele.
A questão principal da psicossomatização é que não se consegue achar um motivo médico para tal desencadeamento. Leia o texto e entenda melhor o assunto!
O que é a somatização?
É um sintoma físico causado por um desconforto psíquico ou emoção que não foi bem resolvida. Esse sintoma não é eficazmente explicado pela medicina.
Assim, pode acontecer, por exemplo, de uma pessoa apresentar constantes dores no estômago, mas fazer exames e nunca acusar alguma explicação.
Ou então de ter sérios problemas com acne, por alguns anos, sem que conste alteração ou distúrbio hormonal.
Esses sintomas, então, apresentados pelo corpo, e sem justificativas médicas, podem ser de fundo emocional.
E por que algumas pessoas apresentam e outras não? Segundo a psicanálise, existem pessoas que não conseguem liberar, da forma adequada, as tensões do dia a dia. Tais sensações seriam assim desprendidas na forma de doenças, o que seria um jeito de a mente liberar aquilo que não foi conseguido de outra forma.
Na mesma linha desse pensamento, a biologia apresenta explicações por meio do mecanismo do sistema imunológico. Você se lembra de como ele funciona?
O sistema imune possui mecanismos para se defender de invasores, como fungos, bactérias, vírus. Fazem parte desses mecanismos órgãos, células, moléculas e tecidos. Quando o sistema imune está funcionando da maneira correta, os anticorpos são produzidos para atacar os invasores. Lembrou?
Os nossos hormônios são capazes de influenciar o sistema imunológico. O cortisol, por exemplo, que é liberado em situações de estresse crônico, deixa a ação dos anticorpos mais baixa e lenta. Já a adrenalina estimula a ação dos anticorpos.
Esses hormônios do exemplo e vários outros são liberados em diversas situações cotidianas, quando sentimos medo, angústia, raiva, tristeza, solidão, alegria, prazer.
Assim, podemos ter tanto a liberação quanto a inibição das substâncias hormonais e em consequência, a alteração do mecanismo dos anticorpos.
Quando as emoções são intensas e quando não são tratadas da maneira adequada, pode acontecer uma desordem em nosso organismo. Quando esse desequilíbrio é constante, há facilidade para que apareçam as doenças e, assim, os sintomas físicos podem começar a surgir.
As áreas que costumam ser afetadas dependem da predisposição genética. Mas as que já deram problema no passado costumam ser mais fragilizadas, podendo acontecer de alguém somatizar novamente naquele mesmo lugar.
Há um perfil de pessoas que costumam psicossomatizar: aquelas que não entram muito em contato com seus pensamentos e angústias, não tendo possibilidade de elaborá-los. Para essas pessoas, não há muito espaço para imaginação e fantasia, uma vez que costumam ser muito ligadas ao mundo real.
Os sintomas acometem mais mulheres e geralmente surgem antes dos 30 anos. Crianças também podem psicossomatizar. E quem costuma ter ansiedade, tem ainda maior propensão.
Exemplos de doenças de fundo emocional
- doenças da pele como: acne, alopecia areata (queda de cabelo), vitiligo, psoríase, alergias. Isso acontece devido à pele ser um órgão muito vulnerável a emoções. Veja esse estudo acadêmico que relaciona o estresse com a acne;
- dores de cabeça constantes;
- dores nas costas;
- gastrite, quando não se encontram explicações plausíveis;
- dores de garganta e gripes (lembra do sistema imune?). Algumas pessoas tendem a ficar gripadas logo antes de uma situação estressante, como uma prova importante.
- doenças autoimunes.
Como evitar a psicossomatização?
Como ela vem de emoções não tratadas, o foco maior precisa ser na forma de lidar com elas. Então algumas dicas são:
- aprender a falar sobre seus sentimentos ou externalizá-los de outra forma, antes que somatizem;
- não achar que a somatização seja frescura;
- procurar resolver o que causa angústia. É um tipo de relacionamento? É um problema que vem atormentando? É preocupação com provas? Como você pode solucionar tudo?
- aprimorar seu autoconhecimento para identificar as situações que causam a somatização e saber o que você deveria fazer de diferente;
- saber lidar com os seus pensamentos e não alimentar as autorregras disfuncionais;
- não se deixar levar pela ideia de que você deve ser forte e passar a ignorar os seus sentimentos. Às vezes, ser forte significa exatamente encarar todos eles;
- possuir uma válvula de escape, que é aquilo que traga conforto e relaxamento. Pode ser um hobby ou uma atividade física;
- não ter vergonha de procurar ajuda profissional se não conseguir lidar com tudo sozinho.
Quando devo me preocupar?
A preocupação deve vir quando a qualidade de vida estiver sendo afetada. Ou ainda, quando a pessoa não apresenta resultados satisfatórios com as intervenções médicas.
Uma doença de pele pode provocar problemas na autoestima e, consequentemente, afetar outras áreas da vida da pessoa.
Um resfriado constante pode prejudicar os seus afazeres do dia a dia, inclusive suas obrigações no trabalho.
Dores de estômago frequentes também podem deixar a pessoa com baixa capacidade de produção, obrigando-a a faltar o serviço e cancelar compromissos importantes.
Então, tenha em mente que a doença física pode ser apenas a ponta do iceberg. Mas se você se aprofundar na questão, descobrirá que as suas causas não são tão simples.
Se você já tentou algumas intervenções na parte física e não observou nenhuma melhora, ou pior ainda, se a doença voltou mesmo após seus exames de hemograma e ultrassom não terem apresentado qualquer desordem, talvez seja o momento de avaliar a questão emocional.
Cuidado para não deixar que os sintomas virem uma doença crônica e acabar causando um mal ainda maior. Os ácidos das dores de estômago, por exemplo, podem causar úlcera se o problema for negligenciado por muito tempo.
Em muitos casos, se não houver mudanças, a somatização pode durar uma vida toda.
Portanto, não adianta tratar apenas do sintoma físico. É lógico que ele não deverá ser ignorado, principalmente se a doença já estiver instalada. Contudo, se você não conseguir cuidar das emoções, os sintomas vão reaparecer no mesmo ou ainda em outro lugar.
Um atendimento multidisciplinar pode apresentar ótimos resultados. Assim, se for uma doença de pele, um acompanhamento de um dermatologista com um psicólogo poderia ser bem eficaz.
É importante então cuidar da sua saúde mental. Não deixe que seu emocional impacte seu bem estar e qualidade de vida de forma negativa.
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Sobre o autor: Maricléia dos Santos Roman
Maricléia dos Santos Roman, Psicóloga graduada pela UPF/RS, Especialista em Saúde da Família, Juridica pela Unochapecó/ SC, Palestrante, Coach formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching- IBC, como Professional and Self Coaching, certificada nacionalmente pelo IBC e internacionalmente pelo European Coaching Association, Meta fórum internacional Global Coaching Comunity e Internacional of Coaching, analista Comportamental Certificada pelo IBC, Practitioner e Master em PNL pelo Instituto Sabbi/RS.
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