Quando viemos ao mundo, ninguém nos ensinou quais são as leis do sofrimento e como lidar com elas. Normalmente a dor da perda chega de repente, nos desestabiliza e machuca por dentro. Aos poucos, vamos recolhendo cada pedaço para nos reconstruirmos novamente, sem perceber que este processo é o nosso maior aprendizado de vida.

Não existe nenhuma pessoa que saiba lidar muito bem com o sofrimento, nem sempre sabemos controlá-lo, ele nos machuca e às vezes até nos destrói. Por isso, cada pessoa deve encontrar a sua própria maneira de lidar com a dor: como encontrar alívio, força e capacidade de levantar-se novamente.

Ninguém pode chorar por nós, reorganizar nossos pensamentos e aliviar a nossa dor. É uma tarefa que exige tempo e, acima de tudo, a compreensão de que não somos tão fortes quanto pensávamos. Na verdade, somos tão vulneráveis quanto imaginamos.

É na vulnerabilidade que está a nossa força. Se você se recusar a admitir que está ferido, triste, que a sua vida acabou e sente muita dor, erguerá sobre si mesmo um muro de negação. Como vai lidar com algo que não reconhece que existe? Por que recusar-se a lamentar a perda e não a elaborá-la?

“Reconhecer que somos vulneráveis nos permite ser mais flexíveis e capazes de nos adaptarmos. No final das contas, o luto é uma resposta adaptativa alcançada através do sofrimento e da dor”.

No entanto, temos que esclarecer um aspecto importante: quando se fala em luto sempre pensamos na morte, mas existem também os lutos afetivos ou emocionais, como o amor ao qual temos que renunciar ou até mesmo o simples fato de amadurecermos como pessoa, assumir novos valores, abandonar certos padrões de pensamento para desenvolver outros…

Superamos o luto no processo de amadurecimento interior, porque toda mudança envolve perdas, superação e até sentimento de vazio e solidão. Isso é enriquecedor e necessário para o nosso crescimento.

“Se não está em suas mãos mudar uma situação que causa dor, você pode escolher com que atitude vai enfrentar esse sofrimento”. (Viktor Frankl)