Mostrar atitude tem sido confundido, nos últimos anos, com preconceito. O mesmo ocorre no sentido inverso. Quem é preconceituoso pode, às vezes, ser encarado como uma pessoa de atitude.
Um exemplo disso ocorre nos chamados programas de auditório de diversas emissoras de TV. Alguém famoso expressa uma opinião muito forte em relação a algum assunto e, rapidamente, o que foi dito se espalha pela internet e vira opinião.
Você costuma se apegar sem questionar a qualquer opinião expressa, só porque quem falou fez 89 novelas ou escreveu 24 livros? Tem o hábito de defender essa exposição de ponto de vista como se fosse a sua própria maneira de ver o mundo?
Infelizmente, fazer isso pode te conduzir ao rumo do preconceito, minimizando suas próprias opiniões em relação a assuntos polêmicos envolvendo questões sexuais, trabalhistas, políticas, governamentais, dentre outras. Para que você não caia num extremo nem no outro, decidi preparar este post para reflexão.
A partir de agora, vou explicar o que significa ter atitude e o que te relaciona ao preconceito. Minha sugestão é que você leia o post e tente fazer uma autoanálise. Isso te ajudará a potencializar seu autoconhecimento e se tornar uma pessoa mais compreensiva, bondosa e com maior capacidade de perdoar.
Atitude: a roupa da disposição correta
Dentro do contexto desse post, no qual estou falando sobre comportamento humano, o Dicionário Michaelis online define “atitude” da seguinte maneira:
“Modo de comportar-se em determinadas situações ou conjunturas (em relação a pessoas, objetos etc.); comportamento, conduta, posicionamento.”
Em si mesma, essa definição nos ajuda a entender o seguinte: atitude, cruamente falando, não possui tendência ou direcionamento inato. Por que? Pense um pouco nos termos usados na definição acima:
- “Modo de comportar-se”
- “Comportamento”
- “Conduta”
- “Posicionamento”
Analise um detalhe importante: ter atitude não requer uma direção, mas tem mais a ver com o modo ou o comportamento de alguém na situação X ou Y.
Ou seja, uma pessoa de atitude não se mostra sem iniciativa, sem opinião ou completamente incapaz diante de desafios. Em outras palavras, uma pessoa de atitude pode ser definida com a expressão popular “uma pessoa pra frente”.
Alguém que demonstre atitude menciona o que faz, age em favor de um conceito pessoal ou de uma pessoa, trazendo soluções a dores e problemas.
Mas o que vai determinar o tipo de atitude que cada um de nós temos? A definição de preconceito te ajudará a compreender melhor a resposta a esse questionamento.
Preconceito: sujeira de dentro para fora
Como dito há pouco, ter atitude é expressar o que pensamos ou sentimos por meio de ações. O que pode surpreender você é a maneira como nossa atitude é expressa.
Em grande parte das situações, nossa atitude é moldada pela presença ou ausência íntima de preconceito. Isso mesmo! Atitude e preconceito se fundem, evidenciando a quem nos cerca o que priorizamos em nossos conceitos pessoais.
Em poucas palavras, o preconceito é como uma sujeira interna que ‘aparece’ em situações de expressão de atitude. Comparativamente falando, seria como se, ao invés de tirar uma roupa suja, você colocasse outra limpa por cima, para esconder a sujeira. No entanto, em um determinado momento, o ‘calor da situação’ faz você tirar a roupa de cima, expondo, assim, sua sujeira.
Vou exemplificar isso, a fim de que possa entender melhor a sequência de acontecimentos.
Exemplo típico de atitude expressa por preconceito
Um dos maiores exemplos de que evidenciamos nossos preconceitos por meio de nossa atitude tem a ver com as famosas piadas que são contadas nas rodas de amigos.
Vou supor aqui que você, leitor, seja do sul ou sudoeste do Brasil e, por isso, é bem provável que você já tenha ouvido dezenas, talvez até centenas de piadas sobre nordestinos. Como você reagiu a elas? Deu risada? Essa é uma reação normal, pois talvez todos os seus amigos tenham feito o mesmo naquele momento.
Mas já parou para pensar que isso pode ser uma evidência de preconceito interno? Não é que você odeie os nordestinos. Talvez até sua família tenha vindo do nordeste e você tenha essa origem, e que seu grande sonho seja passar as férias nas praias maravilhosas dessa região linda do Brasil.
Ainda assim, sua reação, de achar graça do que foi dito, mostra que sua atitude íntima é que pessoas que moram nessa região do Brasil são, sim, motivo de piada.
Agora, pare e reflita seriamente: por quê? como o fato de ter nascido em determinada região faz com que automaticamente todas as pessoas tenham exatamente as mesmas características? Você se considera exatamente igual a TODAS as pessoas que nasceram na mesma região que você? Imagino que não, não é mesmo?
O que se faz (ou fazemos?) ao contar e rir de piadas sobre nordestinos chama-se generalização, e isso é muito preocupante. Ninguém pode ser qualificado ou ‘medido’ em sentido moral só com base na localização geográfica do seu nascimento. O mesmo acontece quando se diz que todo muçulmano é terrorista ou apoia o terrorismo, que toda mulher é frágil, que todos que nascem no sul do Brasil são frios.. a palavra ‘todo’ ou ‘toda’ deve ser usada sempre com muito cuidado.
E é dessa forma que podemos agir e expressar nosso preconceito, nossa sujeira’, muitas vezes sem se quer nos darmos conta de que o possuíamos.
Ter atitude é ter consciência e, principalmente, responsabilidade sobre seu atos e comportamentos. É, antes de expressar uma ideia ou de repetir algo que tenha ouvido, ponderar longamente, até ter certeza de que aquela ideia ou comportamento está de acordo com quem você é e com o que você acredita.
Aí sim, você estará demonstrando uma atitude ‘limpa’, de acordo com sua personalidade. Isso não significa que você estará livre de todo e qualquer preconceito, mas que estará ciente dos conceitos que você defende, e das razões pelas quais o faz.
Quer ver outras formas de ter atitudes e mente limpas? Continue acompanhando meus posts aqui e na minha página Saúde Mental é Sucesso.
Sobre o autor: Maricléia dos Santos Roman
Maricléia dos Santos Roman, Psicóloga graduada pela UPF/RS, Especialista em Saúde da Família, Juridica pela Unochapecó/ SC, Palestrante, Coach formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching- IBC, como Professional and Self Coaching, certificada nacionalmente pelo IBC e internacionalmente pelo European Coaching Association, Meta fórum internacional Global Coaching Comunity e Internacional of Coaching, analista Comportamental Certificada pelo IBC, Practitioner e Master em PNL pelo Instituto Sabbi/RS.
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