Acordar com a criança chorando ou assustada, no meio da noite, é uma situação vivenciada por muitos pais. O motivo está no pesadelo infantil ou no terror noturno, que provocam o medo, impedindo-a de ter um sono tranquilo.

Para saber como lidar com essas situações, é importante, primeiro, entendermos, brevemente, por que sonhamos.

Segundo Freud, é no inconsciente que guardamos alguns desejos reprimidos e conflitos não resolvidos. É nos sonhos que todo esse material se revela e é por meio deles que elaboramos algumas situações vivenciadas, organizamos nosso material psíquico e lidamos com nossas vontades e objetivos.

Apesar do pesadelo infantil e do terror noturno terem consequências semelhantes, eles se divergem em alguns aspectos.

Continue a leitura para entender a diferença entre cada um, e saber como ajudar seu filho a enfrentar esse momento!

O que é o pesadelo infantil?

De acordo com os neurofisiologistas, ao dormirmos, passamos por, basicamente, duas fases: REM e NREM. Na fase REM, acontece uma intensa atividade cerebral e é nela que os sonhos ocorrem. O que vai determinar se teremos um sonho bom ou um pesadelo são os tipos de situações vivenciadas no dia ou na semana.

Presenciar uma briga dos pais, conhecer um bicho assustador ou que cause repulsa, escutar uma história sobre lobisomens, ver uma cena chocante no filme, passar por bullying na escola, são exemplos de acontecimentos e gatilhos capazes de fazer a imaginação aflorar.

Assim, como explicado na introdução, é no momento do sonho que a criança lidará com tudo aquilo que ficou em seu inconsciente.

Mas até que ponto os pesadelos em crianças são normais?

Bem, é difícil dizer uma frequência exata. É normal que apareçam de vez em quando, assim como acontece com nós, adultos. No entanto, se você tiver a impressão de que isso se repete com muita regularidade, talvez seja necessário que a criança seja avaliada por um profissional, como o psicólogo.

O que é o terror noturno?

O terror noturno já é considerado um distúrbio do sono. Acontece na fase NREM, momento em que ocorre um descanso profundo. É por meio dele que recuperamos toda nossa energia física e mental.

Diferentemente do pesadelo, em que, em algum momento, a criança acorda, no terror noturno, ela continua dormindo, mas apresenta algumas atitudes, como: gritar, sentar na cama, chorar, abrir os olhos, andar pela casa. A situação costuma durar 10 minutos, até que tudo volte ao normal.

Enquanto no pesadelo, a criança tende a se lembrar do que sonhou, no terror noturno, ela não se recorda de nada, nem faz ideia do que se passou. Uma explicação plausível para esse acontecimento é com relação ao desenvolvimento do cérebro, que ainda não consegue fazer a transição entre o sono e o despertar.

Como lidar com essas situações?

No pesadelo infantil, em que a criança, então, consegue se lembrar de muita coisa, o melhor a fazer é confortá-la com um abraço e explicar que aquilo tudo aconteceu apenas no sonho e não está presente na vida real. Para as mais novas, ter um ursinho para dormir junto pode diminuir a sensação de medo. Criar um ambiente calmo e propício, na hora de dormir, também ajuda bastante.

O ideal é não estimulá-la a se lembrar de todos os detalhes do pesadelo, pois isso pode fortalecer a fantasia, fazendo com que esses sonhos se repitam. Mas é importante tentar descobrir a origem desses conteúdos, para evitar que ela volte a entrar em contato.

No terror noturno, a orientação é não tentar acordar seu filho, mas ficar ao lado dele, até que a situação se normalize. Também é importante prestar atenção em possíveis obstáculos, como escadas, janelas, fios que possam machucá-lo durante esse momento.

Pesadelo infantil e terror noturno não necessariamente são motivos de grande preocupação. Porém, é interessante procurar ajuda, caso você sinta que a criança esteja passando por alguma dificuldade emocional ou que esses episódios sejam muito frequentes.

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