Resiliência: você já parou para pensar no significado prático desse conceito? Entende como ele pode afetar a maneira como você lida com os diversos aspectos da sua vida, no seu dia a dia?
O termo ‘Resiliência’ tem sua origem na física, e se refere à capacidade que um material tem de retornar ao seu estado original após passar por pressões, sem que haja rupturas ou deformações. A psicologia, então, se apropriou desse conceito, e passou a utilizá-lo para caracterizar a qualidade do ser humano de, mesmo após sofrer fortes pressões ou enfrentamentos, seja de qual natureza for, se recompôr, se recuperar, e voltar ao seu estado ‘original’.
Tem a ver, portanto, com força, determinação, resistência, superação, e reconstrução de si mesmo! Mas resiliência não vem de berço! Pelo menos não necessariamente. Você pode se tornar uma pessoa resiliente ou então reforçar sua resiliência por meio de posturas e atitudes conscientes e propositais, que vão reposicionar a maneira como você encara os desafios, sejam eles os pequenos desafios cotidianos, sejam os acontecimentos extraodinários aos quais nenhum de nós está imune.
Trazemos nesse texto dois tópicos com dicas e reflexões que vão te ajudar a estar mais atento as suas atitudes, e a reposicioná-las de forma a fortalecer sua resiliência.
1 – Resiliência: capacidade de (trans)formar os próprios hábitos
Muitas vezes, carregamos em nós algumas cargas negativas que pesam no nosso viver e atrasam nossa evolução como ser humano. Porém, muitas vezes estamos tão habituados a essas cargas que nem percebemos mais que as carregamos, ou sequer nos lembramos o que as originou. Esse é um dos grandes problemas de atitudes e comportamentos que se tornam ‘hábito’ – eles se automatizam, e os mantemos de forma quase inconsciente.
Por isso, é importante que, de tempos em tempos, façamos uma reflexão profunda sobre os nossos próprios hábitos, as atitudes e posturas que mantemos, e os sentimentos que carregamos. Nessa reflexão, é importante ir ao fundo e encontrar a raiz desse hábito. Faça a si mesmo as seguintes perguntas: “Por que sempre tomo esse tipo de atitude?” “Por que mantenho essa postura em relação a determinados assuntos ou acontecimentos?” “Por que carrego comigo esse sentimento ruim ou essa carga negativa?”
Feita essa reflexão, é crucial que você avalie cada uma das perguntas e suas respectivas respostas. Se, após essa análise, você concluir que sim, determinado comportamento, atitude ou sentimento está bem justificado na sua vida e no seu histórico, e não está prejudicando você no presente, dê um ‘ok‘ e continue em frente. No entanto, se ao cavar lá no fundo, você também se der conta de que aquela negatividade, aquele preconceito, aquele medo, aquela introversão, é resultado de uma circunstância que ocorreu e ficou lá no passado, então é hora de pôr em prática sua capacidade de resiliência.
Lembre-se que ser resiliente significa que você deve retornar ao seu estado anterior a essa circunstância, a fim de superar qualquer dano que ela tenha lhe causado. É nesse momento que você deve, conscientemente, redirecionar seu pensamento, sua atitude e sua postura frente à vida, de forma a superar as dores com alternativas positivas, que tragam, se não a cura definitiva, uma compensação, que te possibilite se livrar desse hábito que só te faz mal.
Essa prática reflexiva, junto com a tomada de atitude vai, com toda certeza, reforçar sua resiliência.
2 – Resiliência: capacidade de ressignificar as circuntâncias
Reforçar a resiliência deve ser uma prática constante. Em casa, no trabalho, no lazer, precisamos estar atentos ao que fazemos e ao que nos fazem, de forma a compreender e (re)agir da melhor maneira possível frente às circunstâncias que se apresentam.
Se você é uma pessoa resiliente, então você busca, constantemente, se melhorar e melhorar sua relação com as pessoas. Isso significa que você é uma pessoa cuidadosa e atenta, e evita magoar os outros ou se magoar. Isso não quer dizer que você seja uma pessoa perfeita e que nada de ruim vai lhe acontecer, mas sim, que você vai sempre procurar enfrentar as situações da melhor maneira possível, sem se abalar além do inevitável.
Para que isso seja possível, é preciso que certas compreensões acerca das circuntâncias sejam ressignificadas. Isso está bastante relacionado ao que dissemos no tópico acima, mas não se refere, necessariamente, a um hábito do passado ou algo que seja parte da sua vida há muito tempo. Pode ser isso, mas pode ser também algo totalmente novo.
Imagine, por exemplo, que seu horário de trabalho foi alterado, e que você não gostou nem um pouco dessa alteração. Pergunte a si mesmo: há algo que eu possa fazer a respeito? Se a resposta for sim, então faça! Mas se a resposta for não, a saída é buscar aspectos positivos e satisfatórios nessa situação. Deixar sua chateação de lado e tentar enxergar alternativas que mostrem que essa mudança pode ser positiva.
Pode ser que, mesmo encontrando esses aspectos positivos, a alteração de horários ainda não seja melhor que a situação anterior. Mas ser resiliente é ter a capacidade de lidar com as circunstâncias da forma que se apresentam, da melhor maneira possível. E é isso que fizemos no exemplo acima: a circunstância apresentada foi ressignificada, e o que parecia algo apenas negativo e ruim ganhou contornos positivos e bons.
E para encerrar esse essa breve reflexão, deixamos essa frase do filósofo chinês Confúcio, que faz uma analogia perfeita com o conceito de resiliência: “Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer”.
Ajuste suas velas constantemente e reforce sua resiliência em tudo o que você faz. O resultado dessa atitude é satisfação consigo mesmo, paz interior, e um melhor relacionamento com a vida e com as pessoas que fazem parte dela!
Sobre o autor: Maricléia dos Santos Roman
Maricléia dos Santos Roman, Psicóloga graduada pela UPF/RS, Especialista em Saúde da Família, Juridica pela Unochapecó/ SC, Palestrante, Coach formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching- IBC, como Professional and Self Coaching, certificada nacionalmente pelo IBC e internacionalmente pelo European Coaching Association, Meta fórum internacional Global Coaching Comunity e Internacional of Coaching, analista Comportamental Certificada pelo IBC, Practitioner e Master em PNL pelo Instituto Sabbi/RS.
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