“Nem teus piores inimigos podem fazer tanto dano como teus piores pensamentos.”
(Buda)
Você tem experimentado alguns desses sintomas recentemente e de maneira constante?
- Tensão com incapacidade de relaxar;
- Dificuldade em se concentrar;
- Pensamentos obsessivos;
- Alterações no apetite, com aumento ou diminuição;
- Dor de barriga ou enjoo;
- Insônia por causa de pensamentos que não param;
- Estresse;
- Preocupação intensa;
- Palpitações e suor;
- Respiração ofegante e curta.
Talvez você seja uma pessoa ansiosa. Fique atento ao texto.
Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com maior taxa de pessoas com transtorno de ansiedade do mundo. O órgão também indica que no mundo, 264 milhões de pessoas sofrem com ansiedade. Isso demonstra que esse transtorno não pode ser ignorado.
A ansiedade, segundo o manual DSM-V, compartilha características do medo. Pode ser definida como “antecipação de uma ameaça futura”. É como se o organismo se preparasse para um perigo que fosse acontecer, mesmo sem ter a certeza de sua ocorrência.
Evolutivamente, essa ansiedade ou esse medo do que pode acontecer serviu para proteger a nossa espécie. Com a produção de cortisol- hormônio liberado nessas ocasiões-, o organismo fica preparado para fugir de qualquer ameaça de um predador: a pupila se dilata e há maior irrigação sanguínea para os músculos e o cérebro, facilitando uma reação mais rápida.
Ok. Então de certa forma sentir ansiedade é normal e ela até pode nos proteger de alguns perigos, mantendo-nos alertas. É normal se sentir um pouco ansioso antes de uma reunião no trabalho, antes de uma entrevista de emprego, ou antes de uma viagem muito esperada.
Mas quando devo me preocupar?
A preocupação deve vir quando a ansiedade começa a atrapalhar a sua rotina. Por exemplo:
- quando se tem insônias constantes. A falta de uma boa noite de sono interfere na sua produtividade;
- quando há dificuldade em realizar tarefas simples. Tarefas que antes eram consideradas normais passam a ser angustiantes;
- quando você evita a todo custo as atividades que a causam (como sair de casa, dirigir, apresentar um trabalho em público);
- quando você sente que uma catástrofe pode acontecer a qualquer momento, fazendo-o ter dificuldades em se concentrar nas suas obrigações ou ter uma sensação de vertigem;
- quando você adquire distúrbios como a síndrome do intestino irritável ou a compulsão por comer;
- quando você desenvolve rituais ou comportamentos para amenizar a sensação aversiva causada pelos pensamentos (obsessões). Pode ser um transtorno obsessivo compulsivo;
Um ritual que deu certo alguma vez – lavagens, verificações, contagens mentais- tende a se repetir. “As compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade associada às obsessões, levando o indivíduo a executá-las toda vez que sua mente é invadida por uma obsessão” (Cordioli, Aristides V.).
- quando a apreensão é tão grande que acaba prejudicando sua produtividade no trabalho ou nos estudos;
- quando há um sofrimento grande e constante diante do medo de perder algo ou alguém. A pessoa se preocupa em demasia com o bem estar ou a morte da figura de apego. Ou preocupa-se com a própria segurança, temendo ser assaltado ou sofrer algum acidente.
A lista não é taxativa. Os exemplos são inúmeros e cada pessoa sente ansiedade de uma forma diferente.
E ansiedade tem cura?
É necessário ressaltar que não tem como se livrar por completo dessa sensação. Temos que aprender a conviver e a lidar com ela.
Tenho algumas sugestões pra você: Primeiro, é importante você entender bem quando a ansiedade surge, em quais ocasiões, em que períodos do dia, o que aconteceu logo antes desse sentimento e como você reagiu.
Você pode anotar em um diário para facilitar o processo. Essa é uma das ferramentas de autoconhecimento e te ajudará a intervir da melhor forma.
Meditação
É uma prática que trabalha concentração e respiração, proporcionando uma sensação de calma. Quando você conhece o que te deixa ansioso, pode praticá-la logo antes da sensação ruim aparecer. Um sintoma comum que aparece com a ansiedade são os pensamentos acelerados que não vão embora. A meditação ajuda a tranquilizar a mente inquieta. Existem alguns aplicativos de meditação guiada que podem ser baixados e algumas técnicas disponíveis na internet.
Atividade física
Praticar algum exercício, como a corrida, faz com que o cérebro libere alguns hormônios como a dopamina, a serotonina e a endorfina. Assim, há promoção de uma sensação de bem estar. A sensação boa advinda da atividade física tende a durar horas, fazendo com que você se sinta mais relaxado ao longo do dia.
Diminua a cafeína
Dependendo da quantidade consumida e da sensibilidade do seu organismo, a cafeína aumenta os sintomas da ansiedade. Ela atua como um estimulante no sistema nervoso central. Então diminuir as doses de cafezinho pode ser uma boa opção.
Exercício da respiração 4-7-8
Essa técnica foi desenvolvida na Universidade do Arizona, Estados Unidos, por Andrew Weil, um médico que estuda o estresse e a ansiedade. Segundo ele, para efeitos mais permanentes, a prática deve ser diária. Consiste em contar o tempo da inspiração e expiração: você puxa o ar, contando até 4 segundos; segura por 7 segundos; solta em 8 segundos.
Música
Se você é fã de música clássica, use isso a seu favor. Ao ouvi-la, o cérebro libera sensações agradáveis. Os efeitos de uma boa música influenciam inclusive na concentração e na aprendizagem. O Efeito Mozart é estudando há séculos.
Acariciar um animal de estimação
Fazer carinho em um cachorro ou gato é capaz de acalmar e diminuir a pressão arterial. Um estudo feito pela Associação Americana do Coração demonstrou que isso reduz os batimentos cardíacos e ajuda a relaxar.
Para concluir, cada organismo é diferente e experiencia sensações em distintos graus. Comparar-se com outros não te traz a melhor resposta. Há que analisar o que a ansiedade causa. Se ela te faz sofrer, é sinal de que algo não vai bem.
E você? Tem alguma situação que costuma te deixar ansioso? Compartilhe com a gente nos comentários!
Sobre o autor: Maricléia dos Santos Roman
Maricléia dos Santos Roman, Psicóloga graduada pela UPF/RS, Especialista em Saúde da Família, Juridica pela Unochapecó/ SC, Palestrante, Coach formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching- IBC, como Professional and Self Coaching, certificada nacionalmente pelo IBC e internacionalmente pelo European Coaching Association, Meta fórum internacional Global Coaching Comunity e Internacional of Coaching, analista Comportamental Certificada pelo IBC, Practitioner e Master em PNL pelo Instituto Sabbi/RS.
Artigos de Maricléia dos Santos Roman