Segundo dados da OMS, os casos de depressão infantil subiram de 4,5% para 8%, em idades de 6 a 12 anos. Isso nos leva a ter uma atenção ainda maior com nossas crianças.

Mas como saber se elas estão passando pelo transtorno? Bem, geralmente os sinais são apresentados aos poucos, dentro de casa ou na escola, e se parecem com os sintomas de uma depressão na fase adulta.

Porém, existem dois pontos diferenciais importantes: (1) a criança ainda não sabe se expressar direito nem nomear seus sentimentos negativos ou lidar com eles e (2) muitos pais ou cuidadores pensam que crianças não têm motivos para se sentirem depressivas, então o problema passa despercebido ou o diagnóstico acontece muito mais tarde. Assim, não é raro que comportamentos característicos do transtorno sejam, erroneamente, confundidos com manhas, por exemplo.

Acompanhe o texto de hoje e veja os sinais mais predominantes!

1. Comportamento regressivo

Um comportamento regressivo se caracteriza por ações que façam parecer que a criança desaprendeu algo, como ter fala mais infantil ou enurese noturna (depois de já ter aprendido a dormir sem fraldas). Não necessariamente crianças que o tenham serão diagnosticadas com depressão, visto que eles podem aparecer, também, em outras situações.

É importante tentar compreender essa reação e evitar, principalmente na frente do seu filho, apontar o acontecimento como se ele quisesse apenas chamar a atenção.

2. Agressividade ou mudanças de humor

Crianças ainda não sabem lidar direito com seus sentimentos negativos e, algumas vezes, nem nomeá-los quando aparecem. Ou seja, sentem-se incomodadas com algo, mas não sabem o nome que essa sensação tem. Dessa maneira, não conseguem dizer isso a um adulto.

Sendo assim, podem apresentar mal humor, irritabilidade, falta de paciência e agressividade. É normal que esses comportamentos surjam às vezes, mas quando forem persistentes, durarem mais de 2 semanas, por exemplo, é indicado investigar.

3. Alterações no apetite ou no sono

Assim como adultos, as crianças com depressão infantil também podem apresentar alterações nesses dois campos. Então, podem passar a não querer comer mais, de uma hora para outra, ou a querer comer compulsivamente.

No sono, podem ter pesadelos constantes, acordando de noite. Também é comum que passem a querer dormir mais, por se sentirem indispostas e sem energia.

4. Problemas escolares

Nos estudos, podem apresentar queda no rendimento, com notas mais baixas, dificuldade de raciocínio e concentração. Também pode acontecer de não quererem mais ir à escola e, com isso, encontram algumas desculpas para que os pais as deixem faltar à aula. Quando recorrente, é importante investigar o comportamento do seu filho no ambiente escolar, pois um dos motivos para a falta de motivação pode ser o bullying.

5. Isolamento

Isolamento e apatia também estão presentes na depressão infantil e não podem ser confundidos com timidez. Esse último é uma característica mais perene, que se inicia ainda nos primeiros anos e, muitas vezes, só está presente em situações mais específicas, que exigem contato social. Os dois primeiros tendem a surgir mesmo quando a criança está na companhia apenas da família.

Para prevenir o transtorno, estabeleça diálogos com a criança, nunca invalide algum sentimento, dê um ambiente acolhedor e mostre-se disponível para ajudar. Também entenda que cada uma é um ser ainda em formação e tem todo o direito de se sentir triste (mesmo que na sua concepção não existam motivos).

Caso desconfie que seu filho esteja com depressão infantil, não deixe de procurar ajuda especializada, com psicólogos e/ ou psiquiatras. Além disso, é sempre bom pedir exames, para descartar outras hipóteses, como anemia e hipotireóide.

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